segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

MARILUZ



Lá pela metade dos anos 60, meu pai chega em casa com um possante Pontiac, 1952, azul escuro (ou era verde escuro?) e avisa a todos. Éramos 5: vamos pra praia amanhã. Ele era radialista, quase que autônomo, e só tirava uns dias por ano, de férias. E tava na hora. Eu e  meu irmão corremos pra pegar nosso calções de elanca. Minha irmã, que era mais velha, meio que não queria ir, pois todas suas amigas ficariam.
Mas só nós 5 era pouco. Minha tia com marido e duas filhas também iam. E no mesmo Pontiac. Ah, a vó Elsa não podia faltar, afinal ela cuidava dela e de todos os 5 netos. Acreditem, 10 pessoas num carro só. A estrada era a de Santo Antonio, onde se parava pra pegar mais água pro carro, encher pneus, mais óleo e, é claro, comer um sonho recheado e beber guaraná.
O destino só meu pai sabia, acho. Pra nós tanto fazia, pois o negócio era a praia, o mar, a liberdade maior. Chegamos então, em Mariluz, uma praia que passava de Tramandaí  (a gente imaginava que depois da ponte não tinha mais nada). Era uma casa aqui, outra lá e mais outra acolá. Dava pra ver todas as casas da praia. Mas a nossa tava lá, já erguida, com nome até: Ponderosa (que era o nome do Rancho daquela família da série Bonanza). Tarefas divididas: as minha mãe, Tia e avó cuidavam da casa, comida, roupa, limpeza. A piazada só brincava e ia pra beira do mar. Os homens não faziam nada e ficavam fumando Continental sem filtro.
Apenas um “armazém” pra abastecer o local, mas lembro que tinha de tudo, até pão de meio quilo (semolina),  quentinho.
A noite ficava frio, um vento forte, que nos forçava a dormir de cobertor. A casa não tinha muro e muitas vezes alguém via uma vaca ou um cavalo bem próximo das paredes.
A água era de poço e tinha uma bomba que a gente conseguia tirar o líquido pra tomar ou fazer comida. Para arrumar qualquer coisa que estragava, tinha o sr. Potoca, que atendia a todos da praia. Aos poucos vizinhos foram chegando. Os donos da Cerealista Douradense, de Canoas e no outro lado os de uma fábrica de miniaturas, de Caxias.
A gente continuava comendo goiabada Mumu, tomando Minuano Limão, Bingo Cola ou Grapete, todos dos Vontobel, naquela época começando no ramo.
Assim , com carro cheio, muito calor, com água mineral Charrua que fomos e voltamos por muitos anos para a praia, que naquele tempo,  poucos conheciam.
A Mariluz que eu, meus irmãos e minha primas amávamos, hoje é uma grande praia, que nada tem daquele glamour e do ar simples que tanta saudade temos.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Zé do Passaporte

A Confraria do Cachorro Quente, que existe em Porto Alegre, com certeza lembra este antigo ponto de venda do produto, que,  por muito tempo foi sinônimo de Cachorro Quente em Porto Alegre, com o seu magnífico "Pastor", que tinha a salsicha enrolada no queijo derretido. Ficava no Bom Fim, onde tem o mercadinho, próximo de onde hoje é o Posto Policial. Bons tempos.