Naquele tempo era uma quantidade enorme de Empresas de
Ônibus em Porto Alegre. Mas aquele menino sabia de tudo: das cores de cada uma,
dos prefixos e das carrocerias. A Gazômetro foi a primeira que ele conheceu, lá
pela Santana e São Manoel. Mas também tinham a Vitória, Robilo, Murialdo,
Pinheiro, Trevo, Presidente Vargas e a Sentinela, todas em torno do bairro do menino. Ele sabia
que o carro 3 da Gazômetro era um Eliziario, que o 5 da Sentinela era um Nimbus
e assim com tantos outros.
Quando
tinha um trocado fazia o intinerário para sentir o prazer de andar de ônibus e
para saber por onde andava cada linha.
Assim
conheceu toda Porto Alegre que ama até hoje e jamais deixará de amar. Quando
vai por outras cidades observa os ônibus e lembra que em Porto Alegre é
diferente. Que aqui o charme das ruas dá um toque especial nas viagens, que
cada paisagem identifica a Linha. Tem Praia de Belas, tem Belém Novo, tem
Pitinga.
Mas com o
tempo aquele cenário das Empresas foi mudando, hoje tem os Consórcios, que
deixam os carros só com 4 cores diferentes, apenas o prefixo identifica a
Empresa. Mas o menino, hoje homem feito, continua a observar e a saber de tudo:
que o 4010 é da Gazômetro, que a Sentinela se foi e que o carro 2065 é
carroceria Comil.
Fica na
saudade aquela Porto Alegre mais calma e que teve que dar lugar a outra mais
moderna, mais ágil e mais dinâmica. Mas os ônibus continuam a transportar as
memórias daquele menino.
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