Corria o ano de 1980, quando finalmente me conheci. Saí do Banco Itaú e fui pro Montepio dos Funcionários Municipais, para ganhar mais e trabalhar menos. Foi a época dos supérfluos. Íamos ao Záffari para comprar produtos nem tão necessários, mas bom de comer e beber, como Leite Parmalat, em caixinha, geléias importadas, manteiga Aviação, Campari, Licores entre tantas coisas mais que nem lembro. No rádio tocava Chiquititas, com ABBA ou Angela Ro Ro “amor meu grande amor”. No Partenon Club se dançava Rita Lee, Chega Mais ou Baby Consuelo com Menino do Rio. Os cabelos das meninas era com franjas repicadas, dando um certo volume. As cores eram fluorescentes, verde limão, rosa, laranja, sempre combinando com a Melissinha Aranha. Na TV via-se Água Viva, Plumas e Paetês e Coração Alado, novelas da Globo. Ainda tinha Barnaby Jones, TV Mulher, Hawaí 5-0. A Volks lançava o primeiro Gol, o quadradinho e a febre dos Schoping estava recém começando, sendo que aqui em Porto Alegre só tinha o João Pessoa, e o Café Paris. Pra dançar tinha o Sandália de Prata e o Chão de Estrelas, para ouvir “Bandolins” com Osvaldo Montenegro, “Lembranças” com a Kátia ou Tavito com “Rua Ramalhete”. Tudo isso e muito mais num ano em que se saía a noite com toda tranqüilidade, podia-se caminhar, beber, namorar e não tinha nada de violência urbana. Quem foi transportado para lá, lendo esse texto, pode ter certeza que essa época jamais terá uma igual.
Na foto 1 - Cascalho, num Baile dos Magrinhos (carosouvintes.com.br)
Na foto 2 - o Gol 1980
Na foto 3 - do meu arquivo pessoal: (E/D) meu saudoso irmão, o Toninho, Jesus e Tito
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